Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 5 de abril de 2013

'Overgrown' delineia com mais precisão 'recanto escuro' de James Blake

Resenha de CD
Título: Overgrown
Artista: James Blake
Gravadora: Republic Records
Cotação: * * * * 1/2

Como Gal Costa, James Blake vem de um recanto escuro. Recanto que - no caso do cantor, compositor e pianista britânico - pode ser o estado d'alma que transparece em sua música de textura eletrônica ou, num sentido mais amplo e filosófico, a própria Inglaterra, país no qual o artista se tornou sensação no universo pop há dois anos com a edição de seu primeiro álbum, James Blake (2011). Segundo álbum de Blake, nas lojas do Reino Unido a partir da próxima segunda-feira, 8 de abril de 2013, Overgrown delineia com mais precisão esse recanto escuro em que habitam lindas baladas melancólicas como To the last, cantada em pungente falsete. Aliás, Overgrown expõe a evolução do canto do artista, mais imponente em temas como Our love comes back e Retrograde (faixa eleita o primeiro single do álbum). Talvez porque, de modo geral, Overgrown se revela mais bem produzido do que seu antecessor James Blake. Com Every day i ran alocada como faixa-bônus na Deluxe Edition, o disco ostenta até faixa produzida por Brian Eno, Digital lion. Tudo a ver, pois - tal como Eno - Blake também faz bom uso da eletrônica, criando e formatando geralmente sua música a partir do computador. Mas nem tudo é eletrônica. Overgrown ostenta também os sons orgânicos do piano do músico em faixas como DLM.  Orgânico ou sintetizado, o som que brota de canções meio depressivas como I am sold e Life around here é minimalista, preciso. Nem a intervenção do rap de RZA em Take a fall altera a atmosfera classuda e interiorizada do álbum. Até quando se joga na pista, como no refrão-mantra de Voyeur, Blake permanece no seu recanto escuro. E são as sombras que iluminam a beleza do repertório de Overgrown. Sim, James Blake cresceu demais.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Como Gal Costa, James Blake vem de um recanto escuro. Recanto que - no caso do cantor, compositor e pianista britânico - pode ser o estado d'alma que transparece em sua música de textura eletrônica ou, num sentido mais amplo e filosófico, a própria Inglaterra, país no qual o artista se tornou sensação no universo pop há dois anos com a edição de seu primeiro álbum, James Blake (2011). Segundo álbum de Blake, nas lojas do Reino Unido a partir da próxima segunda-feira, 8 de abril de 2013, Overgrown delineia com mais precisão esse recanto escuro em que habitam lindas baladas melancólicas como To the last, cantada em pungente falsete. Aliás, Overgrown expõe a evolução do canto do artista, mais imponente em temas como Our love comes back e Retrograde (faixa eleita o primeiro single do álbum). Talvez porque, de modo geral, Overgrown se revela mais bem produzido do que seu antecessor James Blake. Com Every day i ran alocada como faixa-bônus na Deluxe Edition, o disco ostenta até faixa produzida por Brian Eno, Digital lion. Tudo a ver, pois - tal como Eno - Blake também faz bom uso da eletrônica, criando e formatando geralmente sua música a partir do computador. Mas nem tudo é eletrônica. Overgrown ostenta também os sons orgânicos do piano do músico em faixas como DLM. Orgânico ou sintetizado, o som que brota de canções meio depressivas como I am sold e Life around here é minimalista, preciso. Nem a intervenção do rap de RZA em Take a fall altera a atmosfera classuda e interiorizada do álbum. Até quando se joga na pista, como no refrão-mantra de Voyeur, Blake permanece no seu recanto escuro. E são as sombras que iluminam a beleza do repertório de Overgrown. Sim, James Blake cresceu demais.

Flávio disse...
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