Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Show do grupo The Cure no Rio oscila ao pecar pelo excesso de duração

Resenha de show
Título: The Cure
Artista: The Cure (em foto de Mauro Ferreira)
Local: HSBC Arena (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 4 de março de 2013
Cotação: * * 1/2
Show em cartaz na Arena Anhembi, em São Paulo (SP), em 6 de março de 2013

Tecnicamente, a rigor, é injusto afirmar que foi ruim o show feito pelo grupo inglês The Cure na HSBC Arena na noite de 4 de março de 2013. Mesmo que o vocalista, guitarrista e mentor da banda, Robert Smith, já não alcance os agudos dos áureos anos 80, o cantor se mostrou em boa forma na apresentação que marcou a volta do grupo aos palcos do Rio de Janeiro (RJ) após 17 anos. Os músicos que integram atualmente o quinteto e que acompanharam Smith na longa apresentação de quase três horas e meia - Jason Cooper (bateria), Reeves Gabrels (na guitarra desde 2012), Roger O'Donell (teclados) e Simon Gallup (baixo) - também mandaram bem. Mas o fato é que, por pecar pelo excesso de duração, o show oscilou. Foram 40 músicas, sendo que os maiores sucessos - como Boys don't cry (1979), Killing an arab (1978), The caterpillar (1984) e The love cats (1983) - foram estrategicamente alocados entre as 10 músicas do (também longo) segundo bis. Para quem gosta da aura sombria do pós-punk do grupo, temas como Pictures of you e Lullaby - ambos do clássico álbum Disintegration (1989) - cumpriram a missão de matar a saudade do som dark do Cure. Mas o fato é que nem sempre houve sintonia entre a banda e a maior parte do público. A plateia somente começou a demonstrar reação realmente entusiástica na sexta bela música, Inbetween days (1985), que precedeu outro sucesso, Just like heaven (1987). Daí em diante, a apresentação seguiu entre altos e baixos. É fato que nenhum artista precisa concentrar hits no roteiro de um show para contentar seu público. Mas o caso é que, por conta do excesso de duração, o show provocou dispersão entre as cerca de nove mil pessoas que ocuparam as pistas e cadeiras da arena carioca. Em bom português, o show ficou chato em muitos momentos. E ser chato é tudo o que um show não pode - jamais - ser, por melhor que seja a qualidade do som feito no palco.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Tecnicamente, a rigor, é injusto afirmar que foi ruim o show feito pelo grupo inglês The Cure na HSBC Arena na noite de 4 de março de 2013. Mesmo que o vocalista, guitarrista e mentor da banda, Robert Smith, já não alcance os agudos dos áureos anos 80, o cantor se mostrou em boa forma na apresentação que marcou a volta do grupo aos palcos do Rio de Janeiro (RJ) após 17 anos. Os músicos que integram atualmente o quinteto e que acompanharam Smith na longa apresentação de quase três horas e meia - Jason Cooper (bateria), Reeves Gabrels (na guitarra desde 2012), Roger O'Donell (teclados) e Simon Gallup (baixo) - também mandaram bem. Mas o fato é que, por pecar pelo excesso de duração, o show oscilou. Foram 40 músicas, sendo que os maiores sucessos - como Boys don't cry (1979), Killing an arab (1978), The caterpillar (1984) e The love cats (1983) - foram estrategicamente alocados entre as 10 músicas do (também longo) segundo bis. Para quem gosta da aura sombria do pós-punk do grupo, temas como Pictures of you e Lullaby - ambos do clássico álbum Disintegration (1989) - cumpriram a missão de matar a saudade do som dark do Cure. Mas o fato é que nem sempre houve sintonia entre a banda e a maior parte do público. A plateia somente começou a demonstrar reação realmente entusiástica na sexta bela música, Inbetween days (1985), que precedeu outro sucesso, Just like heaven (1987). Daí em diante, a apresentação seguiu entre altos e baixos. É fato que nenhum artista precisa concentrar hits no roteiro de um show para contentar seu público. Mas o caso é que, por conta do excesso de duração, o show provocou dispersão entre as cerca de nove mil pessoas que ocuparam as pistas e cadeiras da arena carioca. Em bom português, o show ficou chato em muitos momentos. E ser chato é tudo o que um show não pode - jamais - ser, por melhor que seja a qualidade do som feito no palco.

Luca disse...

se fosse a Marisa Monte que fizesse um show de três horas e meia você ia adorar Mauro.

MisterDudeGuy disse...

Acho que você não gosta do The Cure porque qualquer fã de verdade diria que acabou muito rápido e poderia ter durado mais 3 horas.

Unknown disse...

Permita-me discordar, Mauro. Estive no show de São Paulo, e a sensação de satisfação foi plena, total, depois de quarenta músicas e três horas de espetáculo. Se foi um show pra fã, então viva eu e mais alguns milhares de fãs que lá estivemos. Não vou dizer que conhecia todas as músicas (reconheci seguramente uns 60%), mas a dedicação dos caras e de Robert Smith (voz inteiraça ainda!) depois de 35 anos de carreira foi incrível. Iria a outro deles com três horas de duração sem pestanejar!

Mauro Ferreira disse...

Claro, Unknown, opiniões discordantes - desde que manifestadas sem agressividade - são sempre bem-vindas e enriquecem o blog. Até porque, no caso, o show dividiu mesmo opiniões. abs, MauroF

Márcio disse...

O Unknown do comentário acima sou eu, Mauro. Por algum motivo, deixei de me identificar depois de escrevê-la. Como sempre, sua resposta foi democrática. Um abraço,

Márcio